Amor e sexo tântrico o caminho da entrega
Quando o Tantra diz para não ter pressa, para desfrutar lentamente, como se você fosse dar um passeio pela manhã, sem ir ao escritório isso é algo diferente. Quando você está indo ao escritório, você está com pressa de chegar em algum lugar, e quando você está dando uma caminhada pela manhã, você não está com pressa, pois você não está indo a lugar algum. Você está simplesmente indo; não há pressa nem objetivo e você pode retornar a partir de qualquer ponto.
No ato, feche os olhos, sinta o corpo do outro, sinta a energia do outro fluindo em sua direção, e funda-se nela, dissolva-se nela.
Quando digo "ato sexual", parece um esforço. Não é! Simplesmente comece a brincar com o ser amado. Fiquem a brincar, sintam e sejam sensíveis um ao outro, como duas criancinhas brincando ou como cães ou animais brincando. Simplesmente fiquem a brincar, e absolutamente não pensem no ato sexual. Pode acontecer e pode não acontecer.
Para os que amam, o sexo pode se tornar uma força revigorante, mas para isso você precisa de uma entrega. E uma vez entregue, muitas dimensões mudam. Por exemplo, o Tantra soube que se no ato sexual o homem ejacular, então ele não pode ser revigorante para o homem. Não há necessidade de ejacular; a ejaculação pode ser totalmente esquecida. O Tantra diz que a ejaculação ocorre porque você está lutando; caso contrário, não há necessidade. O amante e a amada podem estar num profundo abraço sexual, apenas relaxando um no outro sem pressa de ejacular ou de terminar o ato. Eles podem apenas relaxar um no outro, e se este relaxamento for total, ambos sentirão mais vida, ambos irão enriquecer um ao outro.
Alguns dos homens são ejaculadores precoces, setenta e cinco por cento dos homens! Antes de haver um encontro profundo, eles já ejacularam e o ato está acabado. E noventa por cento das mulheres jamais atingem qualquer orgasmo; elas nunca alcançam um clímax, um clímax profundo e preenchedor, noventa por cento das mulheres! É por isso que as mulheres são tão tempestuosas e irritadas, e elas permanecerão assim. Nenhuma meditação pode ajudá-las facilmente e nenhuma filosofia, religião ou ética as deixarão reconfortadas com os homens com os quais vivem. E daí a frustração delas, a raiva... pois a ciência moderna e o velho Tantra, ambos dizem que a menos que uma mulher esteja profundamente satisfeita, orgástica, ela será um problema na família. Aquilo que lhe está faltando criará irritações e ela ficará sempre num clima de briga.
Portanto, se sua esposa estiver sempre num clima de briga, repense sobre toda a coisa. Não é simplesmente a esposa — você pode ser a causa. E porque as mulheres não estão alcançando o orgasmo, elas ficam contra o sexo. Elas não se dispõem a entrar facilmente no sexo, e precisam ser subornadas; elas não estão dispostas a entrar no sexo. E por que elas deveriam estar dispostas, já que nunca atingem qualquer felicidade profunda através dele? Ao contrário, depois do sexo elas sentem que o homem as usou, sentem que foram usadas. Elas se sentem como algo usado e então descartado. O homem fica satisfeito porque ejaculou, então ele se afasta e vai dormir, e a mulher fica a chorar. Ela foi apenas usada, e de modo nenhum a experiência foi gratificante para ela. A experiência pode ter aliviado o seu marido, amante ou amigo, mas de modo nenhum foi gratificante para ela. Noventa por cento das mulheres nem mesmo sabem o que é o orgasmo, pois nunca o tiveram, nunca alcançaram o auge de tal convulsão bem-aventurada do corpo, na qual cada fibra palpita e cada célula se torna viva. Elas não o atingiram, e o motivo é devido a uma atitude anti-sexual na sociedade. A mente lutadora está presente, e então a mulher é tão reprimida que se torna frígida.
Quando não há ansiedade, a ejaculação pode ser adiada por horas mesmo por dias. E não há necessidade dela! Se o amor for profundo e ambos os corpos puderem revigorar um ao outro, então a ejaculação pode cessar completamente. Por anos dois amantes podem se encontrar sem qualquer ejaculação, sem qualquer desperdício de energia. Eles podem apenas relaxar um no outro; os seus corpos se encontram e relaxam; eles entram e relaxam. E mais cedo ou mais tarde o sexo deixa de ser uma excitação. Agora ele é uma excitação, mas depois deixa de ser e passa a ser um relaxamento, um profundo entregar-se.
E se o amor não puder ajudá-lo na meditação, nada ajudará, pois tudo o mais é supérfluo e superficial.
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